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quarta-feira, 28 de julho de 2010

História e sindicalismo pelego

A função histórica e econômica que justifica a existência de um sindicato é justamente a missão estratégica de representar, dirigir, organizar e mobilizar a luta direta dos trabalhadores e trabalhadoras, em defesa de seus direitos e interesses, enquanto classe social. Sejam eles imediatos ou históricos.

Essa função, que é única, fundamental e primordial, sempre justificou a existência dessas entidades de classe, desde meados do século XVIII. Lutar e representar, sempre com autonomia e independência frente aos governos, patrões, partidos políticos e credos religiosos, é obrigação de todo dirigente sindical e um direito inegociável dos trabalhadores, que sustentam financeiramente, suas entidades de classe.

Infelizmente, muitas falsas direções sindicais, abandonaram a luta direta dos trabalhadores, através da mobilização da classe, para transformarem os sindicatos em verdadeiros balcões de negócios, cabides de empregos, extensão de mandatos parlamentares, trampolim para projetos pessoais e politiqueiros, além de espaço para todo tipo de nepotismo e negociatas entre dirigentes, patrões e governos de plantão.

Em troca de benesses, pequenos favores, indolência, tráfego de influência e projeção pessoal, trai-se e abandona-se a luta dos trabalhadores, para se sustentar burocracias que não querem mais trabalhar e cumprir o papel histórico para o qual, foram eleitos.

A luta absurda e unilateral pelo Imposto Sindical e, pela administração de carteiras de planos de saúde e de seguro de vida presenciadas no Brasil, nos últimos anos, ajudam a entender o que está por trás da degeneração de grande parte dos sindicatos e, de algumas Centrais Sindicais. Muitos dirigentes sindicais estão mais de olho nas gordas comissões que trazem essas negociatas do que nas reais necessidades dos seus representados.

Temos vários exemplos de diferentes tipos de sindicatos de luta e de pelegos, aqui mesmo em São José dos Campos e no Estado de São Paulo. Enquanto centrais sindicais como a CUT, sindicatos como os bancários, metalúrgicos, químicos, professores e trabalhadores da Saúde, conquistam aumento real de salários e campanhas salariais vitoriosas, através da mobilização e organização dos trabalhadores, os Servidores Públicos Municipais de São José dos Campos, colecionam derrotas, isolamento político, perda de associados e de influência política regional e municipal. Tudo, porque abandonou as lutas da categoria, preferindo negociar e transformar o sindicato em palco de interesses partidários e pessoais. Além de não assumir suas responsabilidades, tentando fazer das oposições, responsáveis pela sua incompetência, inércia política e falta de direção.

Só para se ter uma idéia, em Arujá e Santa Izabel, que são cidades menores que São José, os servidores públicos municipais, através de greves e paralisações promovidas e dirigidas pelo seu Sindicato, tiveram aumento real de salários entre 10% e 13% em 2010. Já em São José dos Campos, o sindicato que representa os servidores municipais, não mobilizou ninguém para pressionar o governo durante a Campanha Salarial, ficando só falando mal do prefeito e acusando a oposição por erros ocorridos bem no passado. Conclusão: perdeu os trabalhadores e a própria Entidade que é dos servidores. 0% de aumento salarial.

Muitos pretensos dirigentes sindicais esqueceram ou fazem questão de esquecer que só a luta muda e melhora a vida. Que a missão fundamental e que justifica a existência das próprias entidades sindicais é representar os reais anseios e os interesses de seus associados e não, ludibriar trabalhadores, comprar carros, propagar e se esconder através de calúnias e difamações, aumentando o número de familiares e assessores ligados a partidos políticos, contratados ou encastelados nos sindicatos.

Essa prática nefasta, nepotista, coronelista, paternalista e patrimonialista, herdada do período colonial brasileiro, tem que desaparecer, pois do contrário, os sindicatos também perderão sua credibilidade, direção política, representação e respeito político de seus associados.

Jefferson Damasceno de Souza: professor, historiador e servidor público municipal de São José dos Campos.

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