Eu que achava que aqueles tempos de racionamento de energia e água haviam ido para bem longe, que não haveriam mais ataques aos direitos dos trabalhadores, alta de juros, e restrições de concessão de benefícios, me enganei, aliás, nos enganamos. Cadê a militância de luta ativa e crítica? Muitos se renderam a farsa do colaboracionismo de classes, do poder a todo o custo. É hora de cobrar que o PT seja PT! Que nossos parlamentares e governos sejam vermelho-socialistas!
A cada dia que se passa, o governo de Dilma Rousseff, e alguns parlamentares do PT tem demonstrado que a fórmula de rendição aos imperativos do mercado, como fizera FHC em seu primeiro e segundo governo, está sendo reeditada, de maneira "mais branda", contudo, surpreende justamente por se tratar do PT. O partido que mais criticou e ousou pensar diferente, com a construção de políticas populares, e reorientar os rumos da política econômica, agora se deixa levar pelos interesses do mercado e o colaboracionismo de classe, como pode?
Dilma Rousseff, hoje com sua equipe econômica, digna de lástima e horror, dado que se parece com o modelo que editaria Aécio Neves, caso tivesse ganho, impõem a economia à beira do caos econômico (mais influenciada por fatores externos do que internos) um remédio tão forte que é capaz de matar o paciente, em termos econômicos, restringe e encarece o crédito, justamente quando a economia precisa de maior fluidez, e maiores investimentos, como fizera Lula em 2007-10, quando a economia global entrou em recessão, e o país cresceu em taxas maiores.
A política de restrição a concessão de benefícios sociais, em especial ao FGTS, e a flexibilização trabalhista, novamente vem mascarar a situação real, de modo paliativo, onde restringe estas concessões para fazer caixa, e esquece de combater os verdadeiros problemas destas concessões. A grande maioria destes benefícios advém da rotatividade de emprego, ou seja, das condições precárias de trabalho impostas pelos patrões, que não valorizam seus trabalhadores, não dispõem de bons planos de carreira, e usam de toda a gama de assédios (moral, psicológico e sexual).
O PT também tem grande responsabilidade sobre este momento, uma vez que tem se rendido a lógica do jogo político ao invés de combatê-lo arduamente. Muitos parlamentares hoje, se preocupam mais com as cadeiras que ocuparam nas lideranças da Câmara e Senado, do que efetivamente em cultivar boas relações com os movimentos representantes da classe trabalhadora.
Parece que o PT se tornou um PSDB, com políticas um pouco mais avançadas e mais diversificado, mas com todos os vícios que o tucanato desenvolveu no âmbito do sistema político. Não podemos admitir o retorno do neoliberalismo e da ortodoxia econômica, tal qual criticávamos nos tem de FHC.
Governos petistas devem estar do lado do povo, construindo políticas populares, de desconcentração de renda, de desenvolvimento social, ecossocialista, e em favor da classe trabalhadora como um todo. Elegemos Dilma para isto, e esperamos dela e de nossos parlamentares o cumprimento daquilo que fora firmado nas campanhas... queremos um governo vermelho-socialista!
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